domingo, 3 de outubro de 2010

(500) Dias Com Ela: "You can't aways get what you want..."




Todo mundo chegava e dizia: “você já assistiu quinhentos dias com ela?”. No início eu nem dava bola: pra mim, era uma comédia romântica tão irrelevante quanto as outras, dessas de “Sessão da tarde” ou “Tela Quente” (quando é um filme “mellhorzinho”), que terminam sempre da mesma forma. Daí que um dia eu chego cansada da faculdade, pensando em jogar tudo pro alto e não estudar – o que tem se mostrado bastante freqüente. Ligo a TV e o que está passando?
Não, a minha vida não mudou com o filme e não estou completamente fanática pelo Joseph Gordon-Levitt (AKA cover do falecido Heath Ledger); estou, na verdade, apaixonada pelo formato inusitado da comédia romântica. “O que você espera de um filme com um mocinho lindo apaixonado por uma mulher linda? Todo mundo quer que eles fiquem juntos, porque é a lógica”... Não, o diretor Marc Webb não pensa assim.
O final “ilógico” do filme pretendeu exatamente o contrário do que a maioria dos telespectadores queria. Não venha me falar do quanto eu desconsidero a inteligência das massas, porque você, lá no fundo, sabe que elas gostam de finais felizes e previsíveis. É só lembrar-se das “versões dos diretores”.
Quanto ao que eu vi, não tenho o que reclamar, quer dizer, há algo sim, um ou outro aspecto no filme me desagrada. O clima parece tão morno quanto o de qualquer pequena produção cinematográfica voltada para a comédia-romântica (o que é bastante lógico, eu sei), mas o final, a “moral da história”, supera as expectativas básicas de quem paga 12 reais (ou mais, ou menos) para assistir um filminho no final de semana.
Essa idéia de que a felicidade não vem do que nós queremos, e sim do que nós precisamos, é fantástica. Imagine o quanto você não aprenderia se a sua vida fosse perfeita? É irracional achar que você sabe o que precisa, imaginando um futuro mágico num campo florido e cheio de unicórnios. Lógico, planejar é necessário para se atingir uma meta, porém, quando se trata de amor, tudo é incerto: são duas pessoas, cada uma dependendo da outra, que tentam controlar juntas um relacionamento. Por que não admitir que isto talvez seja difícil e que são poucas as chances de dar certo?
Não quero revolucionar ou chocar a sociedade com pseudo-intelecto, mas o filme vai de encontro com essas expectativas exageradas que quase todo mundo tem em relação ao romance. Eu me identifiquei com o Tom milhões de vezes quando ele surtava, mas, no final, me identifiquei mais ainda com a lição de encontros e desencontros que a personagem da Zooey Dechanel dá.
Gosto da maneira como o personagem de Joseph Gordon-Levitt (Tom Hensen) se envolve com Summer Finn (interpretada por Zooey Dechanel), gosto de ver como ele quebra a cara ficando apaixonado por ela e adorei a maneira como ele surtou depois do término do namoro! Sabe por quê? Porque isso realmente acontece, porque existem expectativas falsas sobre qualquer romance, que fazem com que você volte para a realidade quando menos espera.
Acima de tudo, o filme é sobre os possíveis acasos amorosos, sobre desencontros e como eles te preparam para a próxima possível “pessoa da sua vida”. Eu não queria cometer exageros diante de um longa-metragem são simples quanto é “(500) Days of Summer”, contudo o filme realmente ganhou a minha atenção, pois, para mim, ele é uma experiência reflexiva sobre o quanto se apaixonar pode ensinar o que é amor, principalmente quando dá errado.
Amor não é ter alguém no final das contas; amor é uma lição, e é isto que o filme proporciona, não só pra quem está acostumado com os filminhos estrelados pelo Hugh Grant, mas também pra quem tem uma idéia muito vaga quanto a realidade. Recomendo pra quem gosta de protagonistas fofos, pra quem gosta de finais verdadeiramente felizes e reflexivos – e pra quem é fã (ou só gosta mesmo) de Smiths. =)

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Nine: quando um musical dá muito errado


Sempre gostei de musicais, sobretudo os antigos. O ar nostálgico de coreografias bem feitas, figurinos e sapeados sempre me agradou. Fui acostumada a assistir esse tipo de filme pelo meu avô durante a infância, fazendo com que o meu carinho por musicais seja maior ainda. O primeiro que eu vi, se eu não me engano, foi Noviça Rebelde (The Sound Of Music – 1965), estrelado por Julie Andrews e Christopher Plummer. O filme – acho que nem preciso dizer – é o meu preferido até hoje.


Enfim, não estou aqui para falar do quanto a produção de 65 foi boa, mas, sim, para comentar mais uma decepção (também já cansei disso, tá? Vou começar a escrever sobre música no próximo post, prometo): Nine. Quando fui alugar pela primeira vez o filme, as cópias já estavam esgotadas. Seria um sinal? Sim, talvez. Para o meu azar (azar teimoso) consegui na segunda vez que fui à locadora.

Eu juro que fui assistir ao filme bastante esperançosa, porque, afinal de contas, era um musical, nem queria saber das críticas que eu tinha lido antes. Pois bem, vamos lá:

1. Daniel Day-Lewis (que, pra mim, vai ser mal encarado a vida toda – vide Gangues de Nova York) me lembrou muito o Pierce Brosnan em Mamma Mia!, porque eu quase tampei os meus ouvidos com as mãos quando ele começou a cantar. Ótimo ator, como sempre, mas a voz não me agradou nem um pouco.

2. Kate Hudson devia ter aparecido mais. A atuação dela foi pouco explorada... Aliás, a Fergie apareceu mais que ela.

3. A cena em que a Fergie dança foi um máximo! Ok, você pode pensar “ahmm, é a Fergie”, mas foi muito boa! Adorei o efeito da areia, adorei o fato dela não ficar rebolando p/ mostrar os “humps” dela de uma forma extremamente vulgar, adorei não ter que escutar ela cantando “Meet Me Halfway”.

4. Judi Dench AHAZOU! Foi a minha surpresa do filme, sério.

5. Sofia Loren: você estava usando muita maquiagem ou tá fazendo bico de frango assado na esquina? Ta muito bronzeadinha, filha.

6. Marion Cotillard, já gostei de você em Piaf, mesmo achando que a sua interpretação foi muito forçada. Mas, em Nine, particularmente, você estava melhor que todo o elenco junto! Amei, também pelo contexto, a última cena em que ela canta sem ter que imitar a voz da Piaf. Achei até que a voz dela é mais bonita que a da Piaf (não me jogue pedra, leitor).

7. E a Penelope Cruz, hein? Super sexy, como sempre, e boa cantora, mas... Existe uma diferença considerável entre o sotaque ESPANHOL e o sotaque ITALIANO, ta?

8. E, por último, mas não menos importante – muito pelo contrário: Nicole Kidman. Sim, eu sou fã dela por causa de Moulin Rouge, você acertou se pensou nisto. Nicole, como todos sabem, é dona de uma estatueta de Oscar, é linda, é diva, sabe dançar, sabe cantar e é imortal (não mais que a Meryl Streep, eu sei)... Assim como a Kate Hudson, ela perdeu o brilho no filme. Deram um papel muito sem graça para uma estrela de verdade, fiquei indignada com isso, roteiris-TASH!

Fora o mal uso de alguns atores no filme, achei que o enredo foi bem elaborado, interessante, no mínimo. O figurino estava impecável desde o “plano da realidade”, até o “plano da ficção”. O único problema pra mim – um problema bastante irônico e que combina comigo – foi o fato da produção ser um musical. O formato que eu amo não combinou nem um pouco com a proposta do filme. Acho inclusive que, se fosse uma comédia, o filme teria sido mais feliz.

Quem sabe, algum dia desses, eu não me contento completamente com algum filme, né? Aliás, Moviecom, cadê o Kick-Ass na sua página de “Vem Por Aí”? Só tem Eclipse por lá. Não acredito que eu vou ter que ver esse filme também em DVD / Blu-ray. ¬¬

sábado, 29 de maio de 2010

A mulher moderna de Sex An The City 2 e a crise econômica


“Vamos assistir a um filme?” alguém me convida. Eu, imediatamente digo “vamos...”. Bem, não sei se sou eu que tenho selecionado mal os filmes ou a indústria é que está decadente no quesito originalidade, mas das últimas vezes que eu fui ao cinema, saí decepcionada. Vai ver que foi essa última crise econômica que deixou tudo tão “sessão da tarde”, tão clichê, que fez até com que grades histórias (como a de Robin Hood ou Fúria de Titãs) seguissem os chavões desses épicos que a gente vê qualquer hora.
Ontem, me aventurei mais uma vez a passar uma tarde inteira no cinema. Fui assistir à estréia de Sex And The City 2, mesmo não tendo muita noção além do que eu já havia visto no filme anterior (na verdade, apenas algumas partes do primeiro). Fui sabendo que era a história do cotidiano de quatro amigas que viviam em Nova York, sendo que uma delas, a personagem principal, era escritora; outra era advogada, outra, ninfomaníaca (“relações públicas") e a última, sem graça, quase insossa.
Pois bem, fui e paguei 15 reais para me decepcionar mais uma vez... Sex And The City era uma série exibida na HBO entre os anos de 1998 e 2004, arrecadou milhões de fãs e blábláblá, mas eu nunca gostei da série. Qual é a graça dela? Realmente, nunca me interessei muito, nem que fosse pelas combinações bregas que faziam parte do estilo de Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker). Neste filme, o tema principal a ser discutido é casamento e fidelidade. Admito, é um tema até respeitável, levando em conta os paradigmas modernos que a sociedade carrega sobre a união de um casal e a liberdade que cada um terá no matrimônio. Dúvidas, arrependimentos, chiliques, ataques de histeria e tudo o que os hormônios femininos (roteiristas) podem proporcionar estão inseridos no filme. Em poucos momentos eu tentei rir, poucas piadas (principalmente as indiretas sobre sexo que a personagem de Kim Catrall, Samantha Jones, dá) realmente valem um risinho, mas nada que supere o limite de uma simples distração.
A distração do filme está sem dúvida nas roupas e circunstâncias em que elas são usadas. A mulher moderna que o filme põe em voga precisa ser, além de independente, elegantíssima até no meio do deserto, onde você pode se esgoelar de tanto gritar e ninguém aparece pra te dizer “Hey, que vestido lindo! É Valentino?”. As personagens usam nada mais, nada menos, do que salto alto para caminhar nas dunas do deserto. Quer mais? Em uma cena em especial, que eu achei excepcional (#not), Carrie Bradshaw e Miranda Hobbes (Cyntia Nixon) vão dar uma volta no mercado. Carrie, a nossa amada quase-diva, usa um salto altíssimo (claro) e saia longa bufante com direito à calda. E isso ainda é completado pelo casaquinho de lantejoulas prateadas (se eu não me engano, eram lantejoulas), tudo isso MESMO, bem no meio de um mercado em Abu Dhabi, comprando temperos exóticos.
Outro bom momento do filme que merece a tentativa de risada forçada é quando Samantha é perseguida na rua e tem a bolsa – Hermès Birkin, aquela que a Dilma (outra grande diva #notagain) usa – arrancada da mão fazendo com que várias camisinhas que estavam dentro da bolsa, caiam no chão. Os homens mulçumanos ao redor começam a comentar e apontar toda a cena, deixando-a constrangida. É claro que, como qualquer “bom” filme norte-americano, a crítica ao conservadorismo do oriente médio está presente, portanto, Samantha escolhe se rebelar na frente da multidão, gritando “É, eu faço sexo, sim!”, fazendo cotoco pra todo mundo.
Foi só isso e pronto, nada ultrapassou às expectativas que o filme me deu quando assisti ao trailer. Ok, você pode dizer que eu não entendo nada da série porque eu nunca assisti, que eu não tenho “envolvimento suficiente com as personagens” para entender o que o filme quer passar, mas, quer saber? Você não precisa ser um super fã ou gênio para entender esses últimos filmes que estrearam. Aliás, o que você precisa é ter o bom senso de escolher o que vai assistir, diferente de mim, que pareço nunca aprender a lição. Mas, será que sou eu que preciso aprender a lição ou é “Hollywood” que precisa achar o caminho de volta que foi junto com todo o dinheiro arrancado dela? Vamos ver até quando essa recuperação vai durar. Até lá, eu continuarei compensando toda a minha decepção na locadora.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Ao cult com carinho



Nessas minhas tardes de tédio profundo não me restava muita coisa além do computador. Ok, eu tenho os meus DVDs e livros antigos (adoro aquele cheiro de guardado que fica), mas vasculhar os orkuts alheios ainda é uma das minhas “tarefas do dia”. Como eu escrevi antes, pela falta do que fazer me proponho às atualizações recentes dos meus “amigos” do Orkut.
No início, nada demais: fotos de meninas usando biquínis e encolhendo as respectivas barrigas, garotos fazendo hang loose com a mão direita e segurando uma latinha da pior cerveja existente na mão esquerda... Tudo isso já me incomoda um pouco, porém, NADA, absolutamente NA-DA, me incomoda mais do que álbuns repletos de fotos cults. Serei mais clara explicando quais fotos: Audrey Hepburn, James Dean; Beatles, The Doors, The Who, Led Zeppelin, ou qualquer outra banda muito famosa e antiga; fotos de diretores, como Godard, Fellini, Antonioni, Kubrick, Hitchcock etc., com um “(L)” na legenda e, mas não menos importante, uma relação de stills de filmes considerados muito “cults” - Laranja Mecânica (owned ¬¬), Elefante, Donnie Darko, Os Sonhadores, enfim.
O que me faz ter mais raiva de atitudes assim não é o fato de alguém ter um álbum cult, porque isso é o de menos, mas, talvez por uma coincidência cósmica e indecifrável do destino, as pessoas do meu Orkut que usam esta velha estratégia do “eu sou cool, não discuta comigo” não gostam realmente de nada que dizem gostar. Elas são daqueles tipos comuns que comparam qualquer situação cotidiana com uma cena de filme, são daquelas que fazem questão de citar grandes obras de grandes escritores, são as mesmas que acham que não é preciso “ser”, já que você pode só “parece” ser.
Querer ser diferente é uma moda antiguíssima que, ironicamente, é seguida por todo mundo. Só que por que ninguém que faz esse tipo de coisa lembra que a moda não foi feita pra diferenciar as pessoas? Além disso, por que fingir gostar do que você não gosta? Não vejo propósito algum em fingir pros meus amigos que eu assisto Lost só porque acabou de sair o último episódio e todo mundo tá comentando. Menos ainda em sair por aí vestindo uma camisa com um cartaz de algum filme antigo que eu nunca vi, aliás, nem conheço!
Gente, isso não é uma mera falta de personalidade, é falta de opinião mesmo, de senso crítico. Vamos assistir a um filme e escutar uma música que nós gostamos de verdade, nem que seja um Avatar ou uma Lady Gaga da vida? Não é preciso se sentir culpado por não gostar de Joy Division, Talking Heads, ou por não saber pronunciar o nome dos integrantes da banda Sigur Rós, nem “Le fabuleux destin d'Amélie Poulain”. Deixe, por favor, de pagar o velho mico do “eu não faço a mínima idéia do que eles estão falando!”, porque mentira tem perna curta e vai ser muito pior quando os outros souberem que você não gosta de synthpop, pós-punk e rockabilly, mas sim de pagode, forró, RESTART...

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Glee



Quando a série estreou não achei realmente que eu iria gostar. A sinopse pareceu um clichê completo, com direito a personagens típicos do, digamos, “imaginário” norte-americano, estrelando “as cerejas do bolo” da produção: Will Shuester (Matthew Morrison), professor de espanhol da escola William McKinley, quer reerguer o grupo de coral do colégio, o Glee Club, que antes era motivo de orgulho para toda a escola. Além da falta de recursos e desinteresse do diretor, o clube de coral conta apenas com alunos pouco populares e marcados pelos colegas. Nada me surpreendeu nos primeiros episódios, desde os acontecimentos, até os tipos dos personagens. No elenco principal há o típico jogador de futebol americano, o mocinho desejado pelas meninas do colégio, e a líder de torcida loira que, por acaso, é namorada do mocinho. Tem, também, o time dos excluídos, lógico, para completar o feeling de “High School” da série.

Mesmo com tantos motivos (fortes, você tem que concordar) para não assistir Glee, acabei acompanhando a primeira temporada inteira. Convenhamos: quem resiste a covers (vale lembrar, muito bem feitos) do Queen, de John Lennon, Creedence Clearwater Revival e The Police? Tenho certeza que você também deixaria na Fox só para escutar a seleção quase que impecável de músicas feita pela série, porque vale muito a pena.

Além de possuir um ótimo senso para a escolha das músicas, Glee também possui um ótimo elenco, atores realmente talentosos e que cantam bem de verdade. Começando por Lea Michele e Amber Riley, que interpretam, respectivamente, Rachel Berry, a integrante que se acha talentosa demais para o resto do grupo, e Mercedes Jones, cuja voz alcança notas humanamente impossíveis – num bom sentido, claro. Também tem Chris Colfer (Kurt Hummel) no papel de um garoto gay que ainda tenta se encaixar no preconceito alheio, Mark Salling (Puck), o valentão do clube, Dianna Agron (Quinn Fabray), a líder de torcida que acaba grávida, Jenna Ushkowitz (Tina Cohen-Chang), a menina que gosta de ser excluída, Kevin McHale (Artie Abrams), um cadeirante que sofre com os limites que um acidente lhe provocou e, finalmente, mas não tão especial (porque ele não canta tão bem assim e é desengonçado para dançar), Cory Monteith (Finn Hudson), o “talentoso” jogador de futebol. Além destes, a produção conta também com a participação extremamente divertida de Jane Lynch interpretando a treinadora Sue Sylverter, que sempre tenta desmanchar o Glee Club, mas acaba cativando o público pelos seus comentários irônicos e sarcásticos sobre o cabelo do professor Shuester.

Se eu achava que a série seria o “High School Musical” da Fox, eu errei. O formato acabou sendo digno de muita atenção da mídia, pois não foi à toa que a produção estadunidense levou prêmios como o Globo de Ouro de melhor série (comédia/musical), o Screen Actors Guild Awards e People’s Choice Awards, todos em 2010. Além disso, Glee mostrou, com algum esforço, que não se prende apenas nas músicas para garantir o seu sucesso, elaborando uma trama de deixar o telespectador ansioso para os próximos episódios.

A segunda temporada já está no ar nos EUA desde abril, e já contou com um episódio especial apenas com músicas da Madonna (episódio 16), fazendo com que a série atingisse o primeiro lugar no ranking televisivo durante a sua exibição pela segunda vez só neste mês.

Caso alguém ainda tenha dúvida de que Glee não é bom, recomendo que deixe pra lá essa velha idéia que a Disney colocou na sua cabeça de que jovens cantando precisam ser toscos (Zac Efron e Vanessa Hudgens, lembra deles?). Eu repito: Glee é mais do que um mero High School Musical da vida, possui conflitos mais adultos e dramáticos do que os de adolescentes preocupados em reconquistar a namorada, por exemplo. Glee pode ser uma série voltando para o público jovem, porém, num todo, aparenta ter mais idade do que o público pensa que tem.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Primeiro post

Olá, tudo bem? Sim, querido(a), mais um blog na internet... Aliás, esse aqui já está velho, só nesses segundos em que você iniciou a leitura, foram criados milhões de outros blogs pelo mundo, melhores ou piores que o meu. “Mas, vamos lá”, né?

Alice, de Tim Burton (com spoiler!)


Você já deve ter lido muita coisa por aí de gente dizendo que é bom/ruim, whatever, mas eu passei uma semana esperando pelo assunto perfeito pro primeiro post do INYB e agora eu já tenho um. o/
Tim Burton é famoso pelas peculiaridades que ele tanto gosta de colocar nos filmes, todo mundo sabe. O diretor – que parece ter uma estranha obsessão por mulheres de cabelo loiro com sobrancelha preta – decidiu que ia se inspirar nas obras de Lewis Carroll para o seu novo filme: Alice. Mas o cara só se inspirou, porque o filme não tem muito a ver com a obra mais conhecida do autor.
Pra início de conversa, eu não faço a mínima idéia de como aquele roteiro foi escrito. Será que alguém foi pago pra escrever aquilo? Será que o Tim Burton, num surto de criatividade, pensou “hey, vou começar escrevendo qualquer coisa pra ver no que vai dar”? Ou ele teria ido pra frente de uma escola primária e gritado: “pirulitos por um roteiro, balas e doces por um roteiro!”? Não sei, as possibilidades são tantas que um amigo meu chegou a pensar que o cara escreveu tudo usando fezes, não tinta normal pra caneta. Preciso escrever mais alguma coisa sobre o roteiro? Não, né...
O filme começa bem, normal, com uma atriz principal totalmente perdida no papel (Mia Wasikowska)... Até a parte em que ela precisa diminuir de tamanho pra finalmente voltar pra Wonderland. Nesta versão – “versão” –, os personagens que não tinham nomes antes são nomeados. Por aí já começa o erro, Tim Burton esqueceu que um clássico jamais (JAMAIS!) deve ser modificado. Aliás, ele esqueceu tanto, mas tanto, que acabou tendo a grande e maravilhosa idéia de criar uma espécie de “clima” entre o Chapeleiro Louco (Johnny Depp) e Alice! Como ele pôde macular tanto assim a história...?
Tirando a parte gráfica do filme (que deve ficar boa num cinema 3D – ainda não tem na minha cidade, né, Moviecom? ¬¬), nada de bom sobra, nem a trilha sonora salva o enorme erro que o filme foi (ou você vai me dizer que a música dos créditos é boa? Avril Lavigne, sério?).Eu espero que o mundo não se contente apenas com gráficos em 3D, porque, pelo o que parece (isso desde Avatar), o enredo está sendo deixado pra trás e as superproduções de Hollywood acabam sendo vazias e sem nenhuma profundidade, acabam sendo clichê. Só pela sinopse do filme você percebe: Alice precisa matar um “monstro” (esqueci o nome do bicho XD) pra salvar Wonderland da tirania da Rainha Vermelha (Helena Bonham Carter) - que tem nome, mas, como eu achei desnecessário, nem me importei em ler nas legendas – que, por sua vez, tomou o lugar da irmã, a Rainha Branca (Anne Hathaway). Nisso tudo, acontece uma... Guerra. Uma guerra no estilo “épico”, daquelas beeeem Senhor dos Anéis (aliás, copiaram Minas Tirith pra fazer o castelo da Rainha Branca, né?), em que “o bem e o mal se enfrentam para salvar o destino da humanidade e blablabla”. Nessa “batalha” (risos), Alice tem que matar o tal dragão com uma espada específica, mesmo sem saber lutar (já que espada “sabe o que quer”), pra “cumprir a profecia” (mais risos para a profecia).
Esse filme não serve pra muita coisa, só pra gastar dinheiro com o ingresso e a pipoca. Mas eu vou deixar um recadinho pro nosso diretor favorito: ei, Tim, não funcionou, foi tosco! Você rompeu com anos de versões tradicionais de Alice In Wonderland e eu tenho quase certeza que o Lewis Carrol chorou sangue no túmulo com o seu filme. Eu, pelo menos, rasguei o ingresso antes mesmo dos créditos, não agüentei a sensação de heresia (azia) que eu tive durante toda a seção. Muito obrigada por ter criado climinha entre a Alice e o Chapeleiro, obrigada pelos nomes desnecessários e complicadinhos, enfim, obrigada por toda essa tosqueira! Beijos XD