sábado, 29 de maio de 2010

A mulher moderna de Sex An The City 2 e a crise econômica


“Vamos assistir a um filme?” alguém me convida. Eu, imediatamente digo “vamos...”. Bem, não sei se sou eu que tenho selecionado mal os filmes ou a indústria é que está decadente no quesito originalidade, mas das últimas vezes que eu fui ao cinema, saí decepcionada. Vai ver que foi essa última crise econômica que deixou tudo tão “sessão da tarde”, tão clichê, que fez até com que grades histórias (como a de Robin Hood ou Fúria de Titãs) seguissem os chavões desses épicos que a gente vê qualquer hora.
Ontem, me aventurei mais uma vez a passar uma tarde inteira no cinema. Fui assistir à estréia de Sex And The City 2, mesmo não tendo muita noção além do que eu já havia visto no filme anterior (na verdade, apenas algumas partes do primeiro). Fui sabendo que era a história do cotidiano de quatro amigas que viviam em Nova York, sendo que uma delas, a personagem principal, era escritora; outra era advogada, outra, ninfomaníaca (“relações públicas") e a última, sem graça, quase insossa.
Pois bem, fui e paguei 15 reais para me decepcionar mais uma vez... Sex And The City era uma série exibida na HBO entre os anos de 1998 e 2004, arrecadou milhões de fãs e blábláblá, mas eu nunca gostei da série. Qual é a graça dela? Realmente, nunca me interessei muito, nem que fosse pelas combinações bregas que faziam parte do estilo de Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker). Neste filme, o tema principal a ser discutido é casamento e fidelidade. Admito, é um tema até respeitável, levando em conta os paradigmas modernos que a sociedade carrega sobre a união de um casal e a liberdade que cada um terá no matrimônio. Dúvidas, arrependimentos, chiliques, ataques de histeria e tudo o que os hormônios femininos (roteiristas) podem proporcionar estão inseridos no filme. Em poucos momentos eu tentei rir, poucas piadas (principalmente as indiretas sobre sexo que a personagem de Kim Catrall, Samantha Jones, dá) realmente valem um risinho, mas nada que supere o limite de uma simples distração.
A distração do filme está sem dúvida nas roupas e circunstâncias em que elas são usadas. A mulher moderna que o filme põe em voga precisa ser, além de independente, elegantíssima até no meio do deserto, onde você pode se esgoelar de tanto gritar e ninguém aparece pra te dizer “Hey, que vestido lindo! É Valentino?”. As personagens usam nada mais, nada menos, do que salto alto para caminhar nas dunas do deserto. Quer mais? Em uma cena em especial, que eu achei excepcional (#not), Carrie Bradshaw e Miranda Hobbes (Cyntia Nixon) vão dar uma volta no mercado. Carrie, a nossa amada quase-diva, usa um salto altíssimo (claro) e saia longa bufante com direito à calda. E isso ainda é completado pelo casaquinho de lantejoulas prateadas (se eu não me engano, eram lantejoulas), tudo isso MESMO, bem no meio de um mercado em Abu Dhabi, comprando temperos exóticos.
Outro bom momento do filme que merece a tentativa de risada forçada é quando Samantha é perseguida na rua e tem a bolsa – Hermès Birkin, aquela que a Dilma (outra grande diva #notagain) usa – arrancada da mão fazendo com que várias camisinhas que estavam dentro da bolsa, caiam no chão. Os homens mulçumanos ao redor começam a comentar e apontar toda a cena, deixando-a constrangida. É claro que, como qualquer “bom” filme norte-americano, a crítica ao conservadorismo do oriente médio está presente, portanto, Samantha escolhe se rebelar na frente da multidão, gritando “É, eu faço sexo, sim!”, fazendo cotoco pra todo mundo.
Foi só isso e pronto, nada ultrapassou às expectativas que o filme me deu quando assisti ao trailer. Ok, você pode dizer que eu não entendo nada da série porque eu nunca assisti, que eu não tenho “envolvimento suficiente com as personagens” para entender o que o filme quer passar, mas, quer saber? Você não precisa ser um super fã ou gênio para entender esses últimos filmes que estrearam. Aliás, o que você precisa é ter o bom senso de escolher o que vai assistir, diferente de mim, que pareço nunca aprender a lição. Mas, será que sou eu que preciso aprender a lição ou é “Hollywood” que precisa achar o caminho de volta que foi junto com todo o dinheiro arrancado dela? Vamos ver até quando essa recuperação vai durar. Até lá, eu continuarei compensando toda a minha decepção na locadora.

1 comentários:

Guilherme Bayara disse...

Ainda não assisti o filme.
Concordo que ultimamento os filmes estão com uma cara de seção da tarde.

Mas sempre gostei de Sex and the City :D